Essa crise política recente surge em um contexto de instabilidade que acompanha a história política da Bolívia. O antecessor de Arce, Evo Morales, renunciou ao cargo em novembro de 2019, sob alegação de um golpe. Na ocasião, ele enfrentava pressões da oposição e de setores militares. Após três semanas de intensos protestos e motins policiais, Morales acabou deixando o poder.
Em um pronunciamento televisivo, Evo Morales negou os rumores de sua fuga do país e se comprometeu a convocar novas eleições, após a OEA apontar irregularidades no pleito de outubro daquele ano. No entanto, no dia seguinte à sua renúncia, o ex-presidente partiu para o México e posteriormente se refugiou na Argentina, sob a proteção do presidente argentino Alberto Fernández.
Após quase um ano nesse exílio, Evo Morales retornou à Bolívia pela fronteira com a Argentina, logo após a posse de Luis Arce como presidente. A tensão política se intensifica com as atuais denúncias de mobilizações irregulares no Exército, o que tem levado a críticas de um possível golpe em formação. O presidente Arce convocou os bolivianos a se mobilizarem contra essa ameaça, em um momento delicado para a democracia boliviana.