Presidente da Bolívia denuncia mobilizações irregulares do Exército e ex-presidente Evo Morales alerta para formação de golpe de Estado

O presidente da Bolívia, Luis Arce, lançou um alerta nesta quarta-feira, denunciando a ocorrência de “mobilizações irregulares de algumas unidades do Exército” em seu país. A situação ganhou contornos ainda mais tensos com as declarações diretas do ex-presidente Evo Morales, que afirmou que “um golpe de Estado está em formação”. Morales apontou o chefe das Forças Armadas, Juan José Zúñiga, destituído na terça-feira, como o responsável por essa movimentação.

Essa crise política recente surge em um contexto de instabilidade que acompanha a história política da Bolívia. O antecessor de Arce, Evo Morales, renunciou ao cargo em novembro de 2019, sob alegação de um golpe. Na ocasião, ele enfrentava pressões da oposição e de setores militares. Após três semanas de intensos protestos e motins policiais, Morales acabou deixando o poder.

Em um pronunciamento televisivo, Evo Morales negou os rumores de sua fuga do país e se comprometeu a convocar novas eleições, após a OEA apontar irregularidades no pleito de outubro daquele ano. No entanto, no dia seguinte à sua renúncia, o ex-presidente partiu para o México e posteriormente se refugiou na Argentina, sob a proteção do presidente argentino Alberto Fernández.

Após quase um ano nesse exílio, Evo Morales retornou à Bolívia pela fronteira com a Argentina, logo após a posse de Luis Arce como presidente. A tensão política se intensifica com as atuais denúncias de mobilizações irregulares no Exército, o que tem levado a críticas de um possível golpe em formação. O presidente Arce convocou os bolivianos a se mobilizarem contra essa ameaça, em um momento delicado para a democracia boliviana.

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