Presidente do Quênia recua e suspende polêmico projeto de aumento de impostos após protestos violentos que deixaram 13 mortos.

O presidente do Quênia, William Ruto, surpreendeu a todos nesta quarta-feira (27) ao anunciar a suspensão do controverso projeto de lei que previa o aumento dos impostos. Essa mudança radical de posição aconteceu após ao menos 13 pessoas terem perdido suas vidas durante os intensos protestos que tomaram conta do país na terça-feira.

Durante uma coletiva de imprensa, Ruto declarou que, após ouvir atentamente o povo do Quênia, decidiu não assinar a lei de finanças de 2024, afirmando que ela seria retirada. “O povo falou”, ressaltou o presidente. Essa reviravolta veio em meio a críticas da população e de figuras de oposição, como a jornalista Hanifa Adam, que classificou o anúncio de Ruto como uma mera “operação de comunicação”.

Os protestos no Quênia resultaram em pelo menos 22 mortes, segundo informações da agência de direitos humanos do país. Os manifestantes conseguiram invadir as instalações do Parlamento e houve relatos de saques e incêndios em diversos edifícios.

Diante da grave situação, o governo ordenou o envio do exército para conter a violência, e o presidente Ruto comprometeu-se a reprimir a “anarquia” que se instalou nas ruas. O movimento que ganhou força, intitulado “Ocupar o Parlamento”, exigiu a eliminação total das novas taxas propostas e convocou novas manifestações.

O país se viu envolto em uma onda de protestos e violência decorrentes da discordância em relação ao projeto orçamental que buscaria introduzir novos impostos para lidar com a alta dívida nacional. Após a retirada da maioria das medidas fiscais, o povo do Quênia continua a exigir mudanças significativas. A revolta popular foi tamanha que até mesmo a instalação de um projeto de lei acabou sendo contestada nas ruas.

A situação no Quênia permanece incerta, com a população aguardando por respostas e ações concretas por parte do governo. A suspensão do projeto de lei pode ter amenizado a tensão momentaneamente, mas as demandas e insatisfações da população continuam pairando sobre as autoridades. Agora, resta aguardar para ver quais serão os próximos desdobramentos desse cenário de crise política e social no país africano.

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