Ao longo do ano passado, todas as regiões do país testemunharam perdas significativas de água, mesmo durante os meses da estação chuvosa. Comparando com 2022, em que a superfície de água atingiu 18,8 milhões de hectares, fica evidente a diminuição observada em 2023.
Os biomas brasileiros têm sofrido com essa redução da superfície de água desde o início dos anos 2000, com a década de 2010 sendo apontada como o período mais crítico. A Amazônia e o Pantanal são exemplos claros dessa realidade, com graves impactos ecológicos, sociais e econômicos decorrentes da escassez hídrica.
Em 2023, a Amazônia concentrou mais da metade da superfície de água do país, com 62% do total nacional. No entanto, o bioma registrou uma redução significativa, com quase 12 milhões de hectares cobertos por água, representando uma queda de 3,3 milhões de hectares em relação a 2022.
Já o Pantanal enfrentou uma situação ainda mais desafiadora, com apenas 382 mil hectares cobertos por água em 2023, uma redução de 61% em relação à média histórica. A falta de água no bioma tem gerado impactos diretos na fauna e flora, comprometendo a sustentabilidade do ecossistema.
Outro bioma relevante, o Cerrado, surpreendeu em 2023 ao apresentar a maior superfície de água desde 1985. Com 1,6 milhão de hectares cobertos por água, o Cerrado teve um aumento expressivo em áreas antrópicas, indicando mudanças significativas no uso dos recursos hídricos na região.
A Mata Atlântica, por sua vez, mostrou uma recuperação em 2023, com uma superfície de água 3% acima da média histórica. Essa tendência positiva sugere uma maior disponibilidade de água no bioma, que responde por 2% da superfície de água do país.
Em meio a esses desafios, a urgência de estratégias de adaptação e gestão hídrica se torna evidente. A preservação dos recursos naturais e a promoção da sustentabilidade ambiental são fundamentais para garantir a disponibilidade de água para as gerações futuras.