Fitch mantém nota de crédito do Brasil em BB com perspectiva estável, apesar de advertências sobre rigidez no Orçamento.

A agência de classificação de risco Fitch decidiu manter a nota de crédito do Brasil em BB, duas classificações abaixo do grau de investimento, conforme divulgado nesta quinta-feira (27). A decisão da agência foi baseada em diversos fatores, incluindo a diversificação da economia brasileira, alta renda per capita, finanças externas fortes e resiliência a choques, porém, também destacou alguns pontos de vulnerabilidade.

No comunicado divulgado, a Fitch ressaltou que a nota do país é limitada pelo fraco crescimento potencial da economia, rigidez no Orçamento do governo e pela dívida pública crescente e elevada. A agência enfatizou a necessidade de continuidade nas reformas, especialmente nas despesas obrigatórias, para reduzir o déficit público, mesmo após a implementação do novo arcabouço fiscal.

Para o ano atual, a Fitch projeta um déficit primário de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024, enquanto o Ministério do Planejamento estimou um déficit de R$ 14,5 bilhões, equivalente a 0,1% do PIB, com margem de tolerância de déficit zero. A agência manifestou preocupações sobre as perspectivas fiscais a partir de 2025, ressaltando que o crescimento de algumas despesas obrigatórias indexadas exigirá uma forte compressão das despesas discricionárias.

É importante ressaltar que a Fitch Ratings é uma das principais agências internacionais que avaliam o risco de crédito de países e empresas em todo o mundo. A classificação atribuída pela Fitch é essencial para determinar o grau de investimento de determinados produtos ou ativos financeiros, refletindo a credibilidade e o risco de inadimplência. No caso do Brasil, a classificação de BB mantida pela Fitch indica um nível especulativo de risco de inadimplência.

Vale destacar que a Fitch está alinhada com outras agências de classificação de risco, como a S&P Global e Moody’s, que também colocaram o Brasil em níveis abaixo do grau de investimento. A estabilidade da nota de crédito do Brasil reflete a complexidade e desafios da economia do país, que necessita de medidas estruturais para garantir a sustentabilidade e solidez de suas finanças no longo prazo.

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