O encontro, que será realizado de forma virtual, foi articulado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo interlocutores do governo brasileiro, mesmo com a tentativa fracassada de golpe, a situação na Bolívia continua merecendo atenção especial.
A mensagem que será transmitida aos militares que apoiaram o golpe é clara: caso persistam com a ruptura da democracia no país, a Bolívia ficará isolada. Nesse sentido, Lula entrou em contato com a presidente de Honduras, Xiomara Castro, que atualmente ocupa a presidência pro tempore da Celac, para convocar a reunião.
A reação internacional funcionou como um cerco político ao general Juan José Zuñiga, apontado como responsável pela tentativa de golpe, e seus apoiadores. O Brasil desempenhou um papel crucial nesse processo, uma vez que é um importante importador de gás boliviano, o que representa uma significativa contribuição para a economia da Bolívia.
Apesar da aparente tranquilidade após a prisão do general Zuñiga, a avaliação é de que é preciso manter a vigilância para evitar novas investidas antidemocráticas. Caso o golpe se concretizasse, a Bolívia estaria violando a cláusula democrática do Protocolo de Ushuaia, assinado em 1998 pelos países da região.
O presidente Lula tem uma viagem marcada para a Bolívia no próximo dia 9 de julho, onde se encontrará com o presidente boliviano, Luis Arce. A visita já estava programada anteriormente, mas a situação política delicada no país gerou debates internos sobre a ida de Lula. Antes disso, o presidente participará de um encontro com líderes do Mercosul, no Paraguai.
