AGU envia parecer ao STF contra escolas cívico-militares em São Paulo; PSOL e PT questionam constitucionalidade do modelo

O parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando a favor da inconstitucionalidade do modelo de escolas cívico-militares do estado de São Paulo gerou polêmica e debates acalorados. A AGU argumenta que os estados não podem instituir um modelo educacional que não está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e que a Constituição não prevê a possibilidade de militares exercerem funções de ensino ou apoio escolar.

A criação das escolas cívico-militares em São Paulo, aprovada pelo Legislativo estadual e sancionada pelo governador Tarcísio de Freitas, tem sido alvo de ações no STF por parte do PSOL e PT. Para o PSOL, a intenção do governo paulista é substituir o sistema público de educação, ao invés de promover a coexistência dos dois modelos, como argumenta o governo.

O documento da AGU foi anexado à ação movida pelo PSOL e agora está sob análise do ministro Gilmar Mendes, relator do caso. A AGU argumenta que a alocação de militares da reserva para atividades relacionadas à educação básica não está de acordo com as normas fundamentais do sistema educacional brasileiro.

Segundo o partido PSOL, a intenção do governo estadual é substituir os profissionais da educação, que passam por concurso público e análise de títulos, por militares escolhidos de forma discricionária. O governo paulista, por sua vez, defende que a implantação do novo modelo será gradual e realizada com consentimento das comunidades escolares em consultas públicas.

A decisão do STF sobre a constitucionalidade do modelo de escolas cívico-militares em São Paulo ainda não tem prazo para ser anunciada. A Secretaria de Educação do estado enfatizou que a iniciativa das escolas cívico-militares está alinhada ao Plano Estadual de Educação e visa melhorar o aprendizado, o ambiente escolar e reduzir a violência.

Diante dessa controvérsia, o debate sobre a constitucionalidade e os impactos do modelo de escolas cívico-militares em São Paulo continua em pauta, aguardando a posição final do STF.

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