O secretário de estado adjunto de gestão e recursos do Departamento de Estados dos EUA, Richard R. Verma, foi um dos responsáveis por manifestar a condenação, afirmando que os Estados Unidos repudiam qualquer movimentação ilegal de unidades militares na Bolívia. O funcionário do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reforçou o repúdio à tentativa de subverter a ordem constitucional no país andino.
Já Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, compartilhou a condenação feita pelos EUA, enfatizando o apoio à democracia e ao povo boliviano. No entanto, especialistas avaliam que a postura tímida do governo Biden pode ter relação com disputas políticas no país andino.
Diferentemente de outros países que se manifestaram contra o golpe na Bolívia, os EUA optaram por manifestações de autoridades de segundo escalão. Esse posicionamento mais contido pode estar alinhado aos interesses políticos dos Estados Unidos na região.
O diretor-executivo do Washington Brazil Office (WBO), Paulo Abrão, ressaltou que a manifestação dos EUA foi discreta e que a direita boliviana tem influência nos bastidores do governo de Washington. Para ele, a política externa de Biden não se diferencia significativamente da adotada por Trump em relação aos grupos aliados na América Latina.
O sociólogo Carlos Eduardo Martins, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), apontou que a reação comedida dos Estados Unidos pode estar relacionada ao interesse americano no lítio, recurso estratégico abundante na Bolívia. Por outro lado, o antropólogo Salvador Schavelzon, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), acredita que o golpe frustrado na Bolívia não foi instigado pelos EUA.
Em meio a essas especulações e análises, as relações entre Bolívia e Estados Unidos continuam sob escrutínio, especialmente diante dos interesses geopolíticos envolvendo o lítio e outras questões estratégicas na região. Portanto, a condenação dos Estados Unidos ao golpe na Bolívia não apenas revela a tensão política no país andino, mas também evidencia as complexas relações internacionais que influenciam a região latino-americana.