Incêndios no Pantanal: mais de 61 mil hectares consumidos em 4 dias; 688.125 hectares atingidos desde janeiro, fogo de origem humana.

Uma tragédia ambiental está sendo protagonizada no Pantanal, um dos biomas mais ricos e importantes para a biodiversidade brasileira. Nos últimos quatro dias, mais de 61 mil hectares foram consumidos pelo fogo, de acordo com informações do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ). Desde o início do ano, o fogo já atingiu assustadores 688.125 hectares do bioma.

Segundo Renata Libonati, coordenadora do laboratório, as condições adversas proporcionadas pelas mudanças climáticas têm contribuído para a propagação das chamas. Porém, é importante ressaltar que, após análises técnicas, foi constatado que entre maio e junho não houve ocorrência de raios na região, o que evidencia que as queimadas são de origem humana.

A seca extrema, temperaturas acima da média e uma vegetação propensa a incêndios têm dificultado os esforços de contenção do fogo, mesmo com as temperaturas mais amenas registradas nos últimos dias. A pesquisadora alerta que os indicadores de controle do fogo refletem as condições climáticas mais desafiadoras desde, pelo menos, 2003.

No âmbito das investigações, o Ministério Público Estadual identificou 18 pontos de ignição em 14 locais de 12 propriedades privadas. O promotor de Justiça do Núcleo Ambiental, Luciano Furtado Loubet, ressaltou a importância do trabalho conjunto com as forças militares do estado para responsabilizar administrativa e criminalmente os responsáveis pelos incêndios.

O governo federal também está mobilizado no combate às chamas. Com a presença das ministras Marina Silva e Simone Tebet, foi destacado o empenho em conter o fogo na região, com a promessa de recursos financeiros necessários para as operações. A força-tarefa conta com mais de 280 pessoas do Ibama e do Icmbio, além de militares das Forças Armadas e agentes da Força Nacional de Segurança Pública. A expectativa é de uma resposta efetiva para conter a devastação no Pantanal, um dos biomas mais preciosos do Brasil.

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