Segundo Renata Libonati, coordenadora do laboratório, as condições adversas proporcionadas pelas mudanças climáticas têm contribuído para a propagação das chamas. Porém, é importante ressaltar que, após análises técnicas, foi constatado que entre maio e junho não houve ocorrência de raios na região, o que evidencia que as queimadas são de origem humana.
A seca extrema, temperaturas acima da média e uma vegetação propensa a incêndios têm dificultado os esforços de contenção do fogo, mesmo com as temperaturas mais amenas registradas nos últimos dias. A pesquisadora alerta que os indicadores de controle do fogo refletem as condições climáticas mais desafiadoras desde, pelo menos, 2003.
No âmbito das investigações, o Ministério Público Estadual identificou 18 pontos de ignição em 14 locais de 12 propriedades privadas. O promotor de Justiça do Núcleo Ambiental, Luciano Furtado Loubet, ressaltou a importância do trabalho conjunto com as forças militares do estado para responsabilizar administrativa e criminalmente os responsáveis pelos incêndios.
O governo federal também está mobilizado no combate às chamas. Com a presença das ministras Marina Silva e Simone Tebet, foi destacado o empenho em conter o fogo na região, com a promessa de recursos financeiros necessários para as operações. A força-tarefa conta com mais de 280 pessoas do Ibama e do Icmbio, além de militares das Forças Armadas e agentes da Força Nacional de Segurança Pública. A expectativa é de uma resposta efetiva para conter a devastação no Pantanal, um dos biomas mais preciosos do Brasil.