Juiz derruba suspensão do livro “O Menino Marrom” e defende liberdade de cátedra nas escolas de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais.

O juiz Espagner Wallyssen, da 1ª Vara Cível de Conselheiro Lafaiete, em Minas Gerais, recentemente tomou uma decisão importante em relação ao uso do livro “O Menino Marrom” nas escolas do município. Localizado a cerca de 100 quilômetros de Belo Horizonte, Conselheiro Lafaiete foi palco de uma polêmica envolvendo a suspensão do livro após pressão de um grupo de pais.

A obra do renomado cartunista Ziraldo, que aborda a amizade entre um menino negro e um menino branco, além de tratar de situações de racismo, estava sendo utilizada nas atividades do Ensino Fundamental. No entanto, a Secretaria Municipal de Educação decidiu suspender o uso do livro, o que gerou ação na Justiça por parte da professora Érica Araújo Castro.

O magistrado responsável pelo caso afirmou que a suspensão configurava um ato de censura, além de violar a liberdade de cátedra dos professores municipais. Em sua decisão, ele destacou a importância do livro em proporcionar ensinamentos relevantes para o desenvolvimento dos estudantes como cidadãos de uma sociedade diversa e plural.

Apesar da Secretaria reconhecer a importância da obra de Ziraldo, justificou a suspensão com base no respeito às preocupações dos pais e da comunidade escolar. No entanto, o juiz enfatizou que a simples pressão de supostos pais não deve ser motivo para que a Administração Pública, em desacordo com especialistas da área, censure conteúdos educacionais em contrariedade ao texto constitucional.

Diante da decisão do juiz Espagner Wallyssen, ainda cabe recurso. A polêmica em torno do livro “O Menino Marrom” continua a gerar debate sobre a liberdade de expressão, a diversidade e a importância do debate sobre o respeito às diferenças e à igualdade nas escolas municipais de Conselheiro Lafaiete.

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