Um dos aspectos mais preocupantes da pesquisa foi a constatação de que a praia do Paiva, uma área reservada e pouco habitada no Cabo de Santo Agostinho, superou praias com maior atividade turística, como Porto de Galinhas, em número de microplásticos encontrados. Com um total de 695 fragmentos identificados, a praia do Paiva se destacou como a mais impactada pelo problema.
Os trabalhos de coleta de amostras tiveram início em 2019, em naufrágios na costa pernambucana, e foram estendidos para diferentes praias da região em 2022, incluindo Paiva, Suape, Porto de Galinhas e Tamandaré. A liderança do estudo ficou a cargo do renomado biólogo Múcio Banja e da pesquisadora Jéssica Mendes.
Uma das questões levantadas pela descoberta dos microplásticos é a necessidade de investigar as fontes de contaminação e compreender os impactos desses resíduos no ecossistema marinho e na saúde humana. Além disso, a pesquisa também está explorando a presença de microplásticos em animais marinhos, como as esponjas, ampliando o escopo de análise.
Os pesquisadores alertam que os resultados obtidos até agora são apenas o início de um estudo mais abrangente e ressaltam a importância de ações imediatas para mitigar os efeitos negativos dos microplásticos no ecossistema costeiro. O impacto desses resíduos no meio ambiente e na vida marinha é uma ameaça real que deve ser enfrentada com urgência.
Além de investigar a presença de microplásticos no sedimento litoral, o Instituto Avançado de Tecnologia e Inovação está desenvolvendo tecnologias inovadoras para remover essas partículas dos corpos dos animais afetados. Com uma equipe multidisciplinar de mais de 150 cientistas e especialistas, o Iati está comprometido em encontrar soluções sustentáveis para os desafios ambientais atuais.