Presidente da Nicarágua nomeia ex-ministro sancionado pelos EUA como gestor financeiro em meio a polêmica demissão.

Nesta sexta-feira (28), o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, anunciou a nomeação do ex-ministro de Finanças Iván Acosta como seu gestor financeiro. A decisão foi publicada no jornal oficial La Gaceta e assinada pelo próprio Ortega. Acosta, que ocupava o cargo de ministro de Finanças desde 2012, foi substituído na semana passada e assume agora como ministro assessor do presidente da República perante os organismos internacionais.

Iván Acosta foi sancionado pelos Estados Unidos em 2020 por administrar o apoio financeiro a Ortega e ameaçar bancos para que não aderissem a uma greve organizada pela oposição em março de 2019. Essa greve exigia a libertação dos presos políticos detidos em protestos contra o governo no ano anterior. Ortega afirma que as manifestações foram uma tentativa de golpe de Estado patrocinada por Washington.

A nomeação de Acosta para um novo cargo no governo nicaraguense acontece em um contexto de tensões políticas no país. Em 2018, manifestações contrárias ao governo de Ortega eclodiram e resultaram em mais de 300 mortos em três meses, segundo dados das Nações Unidas. O presidente da Nicarágua alega que esses protestos foram uma tentativa de golpe de Estado promovida pelos Estados Unidos.

A notícia da nomeação de Iván Acosta como gestor financeiro do governo de Daniel Ortega levanta questionamentos sobre a postura do presidente nicaraguense diante das acusações de repressão política e violações dos direitos humanos. A presença de Acosta, um ex-ministro sancionado pelos Estados Unidos, em um cargo de destaque na gestão financeira do governo, traz à tona a fragilidade da situação política na Nicarágua e a necessidade de medidas para garantir a transparência e a democracia no país.

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