Surpreendendo as previsões e apesar do pequeno número de legisladores que possui, Milei conseguiu aprovar um pacote de reformas para liberalizar a economia, o que ele chamou de “marco histórico e monumental”. No entanto, o presidente teve que abrir mão de mais da metade dos artigos de seu projeto original durante o trâmite legislativo que durou um semestre.
Apesar da conquista, Fraga apontou a dificuldade do governo de Milei em gerar uma coalizão política e organizar um partido governista. Ele prevê uma batalha no Senado, onde a oposição peronista é mais forte, especialmente em relação a projetos como a alteração do índice de cálculo dos aumentos previdenciários em favor dos beneficiários.
Apesar de já ter obtido vitórias no Congresso, Milei deixou claro que está disposto a vetar qualquer projeto que vá de encontro às suas metas fiscais. O presidente também recebeu poderes extraordinários, aumentou impostos, flexibilizou as leis trabalhistas e avançou na privatização de empresas públicas.
No entanto, especialistas apontam que o verdadeiro teste para o governo de Milei está apenas começando, à medida que a recessão econômica, o desemprego, a inflação e os aumentos de impostos sobre salários continuam a desafiar a governabilidade do presidente. A oposição também pode se tornar mais resistente caso o governo perca popularidade.
Portanto, mesmo com o sucesso alcançado até agora, Milei terá que enfrentar desafios políticos crescentes nesta nova fase de seu governo, o que exigirá dele uma postura mais presidencial e menos focada em promover seu próprio personagem. A tensão política pode aumentar conforme a exigência por resultados se torna mais evidente.