Após a condenação, Boutonnat anunciou sua saída da presidência do CNC, órgão responsável por supervisionar medidas de combate à violência sexual na indústria audiovisual na França. Em seu lugar, a ministra da Cultura, Rachida Dati, nomeou o atual vice-diretor geral do CNC, Olivier Henrard.
Durante o julgamento, o tribunal destacou que a versão do acusador era mais confiável do que a de Boutonnat, que sempre exerceu uma influência significativa sobre o afilhado durante um evento de verão alcoólico na Grécia. O réu alegou que foi difícil resistir às circunstâncias daquela noite.
Por sua vez, Boutonnat negou veementemente as acusações de agressão sexual, argumentando que foi o próprio afilhado quem iniciou a situação, chegando a beijá-lo na boca. De acordo com a advogada da vítima, Caroline Toby, o caso foi um exemplo claro de agressão sexual, ressaltando o abuso de autoridade exercido por Boutonnat.
No entanto, apesar do Ministério Público ter solicitado uma pena suspensa de três anos, a justiça optou por impor a sentença de prisão ao presidente do CNC, em meio a outras acusações semelhantes que abalam a indústria cinematográfica francesa. Os recentes casos envolvendo personalidades como Gérard Depardieu têm aumentado a discussão sobre abusos e assédio no meio artístico.
O cenário que envolve a condenação de Dominique Boutonnat revela a complexidade das relações de poder e abuso na indústria do cinema, além de evidenciar a importância de promover medidas eficazes para combater a violência sexual e garantir a segurança de todos os envolvidos.