Construção da Usina Nuclear Angra 3, interrompida em 2015, aguarda sinal verde para retomada após mais de 6 anos parada

No coração da Costa Verde do estado do Rio de Janeiro, um canteiro de obras gigantesco se destaca, contrastando com a beleza do mar azul e da exuberante Mata Atlântica. Ali está a construção da tão esperada Usina Nuclear Angra 3, um empreendimento que está praticamente parado desde 2015 e aguarda apenas o aval para ser retomado.

Com um projeto que remonta à década de 1980, a maioria dos equipamentos da usina já foram adquiridos e precisam passar por um rigoroso controle de manutenção para não serem comprometidos pelo longo período de inatividade. A visita da equipe de reportagem da Agência Brasil ao canteiro de obras de Angra 3, a convite da Eletronuclear, revelou que mesmo com a construção civil parada, um intenso trabalho de conservação dos equipamentos está sendo realizado.

Os 35 galpões que armazenam o maquinário importado estão sendo cuidadosamente preservados, catalogados e inspecionados regularmente por uma equipe de especialistas. O engenheiro Bruno Bertini, responsável pelo Departamento de Montagem, ressalta o desafio de manter esses equipamentos em bom estado ao longo dos anos, desde 1984.

A retomada das obras aguarda uma decisão do governo, que está analisando um estudo encomendado pela Eletronuclear ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para avaliar a viabilidade técnica, financeira e jurídica da usina. O documento será supervisionado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e outras instâncias governamentais antes de emitir a autorização para o reinício das obras.

Com um cronograma estimado de 60 meses de construção, a expectativa é que Angra 3 comece a operar em 2030, gerando uma potência de 1.405 megawatts e fornecendo energia suficiente para atender a cerca de 4,5 milhões de pessoas. A usina nuclear representará uma parcela significativa do consumo de energia do estado do Rio de Janeiro e do Brasil, consolidando assim a importância desse empreendimento para o setor energético nacional.

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