Governo talibã afirma que exigência dos direitos das mulheres é “uma questão do Afeganistão” antes de participar de negociações com a ONU.

O governo talibã se pronunciou neste sábado (29) sobre a questão dos direitos das mulheres no Afeganistão, dizendo que é uma questão interna do país. Isso aconteceu antes do início das negociações organizadas pela ONU, que geraram controvérsia devido à exclusão das mulheres afegãs.

Desde que assumiu o poder em 2021, o governo talibã impôs restrições às mulheres, o que foi criticado pela ONU como uma forma de segregação de gênero. Agora, pela primeira vez, o governo talibã enviará uma delegação para participar da terceira rodada de negociações, que terá início no domingo no Catar.

Grupos de direitos humanos denunciaram a exclusão das mulheres afegãs das principais reuniões e a falta de discussões sobre direitos humanos na agenda das negociações. No entanto, representantes da sociedade civil, incluindo grupos de mulheres, terão a oportunidade de participar de reuniões com enviados internacionais e funcionários da ONU na terça-feira, após o término das negociações oficiais.

O porta-voz do governo talibã, Zabihullah Mujahid, afirmou em uma coletiva de imprensa em Cabul que as autoridades estão cientes das questões relacionadas às mulheres, mas enfatizou que essas são questões internas do Afeganistão. Ele destacou a importância de encontrar soluções em benefício do país para evitar conflitos e discórdias.

As negociações foram iniciadas pela ONU em maio de 2023 com o objetivo de melhorar o relacionamento internacional com as autoridades talibãs. Nas duas rodadas anteriores, os talibãs não foram convidados para a participação, mas desta vez eles enviarão uma delegação. O porta-voz do governo talibã enfatizou a importância da unificação nacional, destacando a necessidade de os afegãos se envolverem em diferentes canais para evitar a dispersão.

Essa situação reflete um momento crucial na política internacional, com a comunidade internacional observando de perto as negociações no Afeganistão e a evolução da situação política e dos direitos das mulheres no país.

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