Pesquisas recentes revelam que os gatos são mais sociais do que imaginávamos, desmistificando a imagem de animais antissociais e rebeldes.

Nas últimas duas décadas, a ciência canina tem avançado significativamente, revelando a incrível capacidade dos cães de se conectarem com os seres humanos. Esses estudos demonstram que os cães são especialistas sociais, altamente sensíveis aos gestos humanos e essenciais para desempenhar funções específicas ao lado dos humanos.

No entanto, os gatos, descendentes do gato selvagem africano, foram por muito tempo vistos como antissociais e não cooperativos, o que os tornava menos atrativos para pesquisa. A falta de pressão seletiva das pessoas sobre os gatos fez com que os estudos sobre suas habilidades sociais fossem escassos.

Recentemente, um grupo de cientistas tem desafiado essa visão limitada dos gatos, produzindo estudos que sugerem que suas habilidades sociais foram subestimadas. Com isso, a ciência está cada vez mais interessada em explorar o comportamento dos felinos e sua interação com os humanos.

Kristyn Vitale, cientista de Comportamento Animal da Unity Environmental University nos Estados Unidos, destaca a importância de atualizar as informações sobre os felinos. Ela colabora frequentemente com Monique Udell, diretora do Laboratório de Interação Humano-Animal da Universidade Estadual do Oregon, outro nome proeminente na pesquisa sobre gatos.

Segundo Vitale, os gatos são animais flexíveis em seu comportamento social, e a interação social é crucial para seu desenvolvimento saudável. Ela ressalta que, com as experiências certas, os gatos de companhia podem formar laços fortes e estáveis com seus donos ao longo do tempo.

Além disso, Vitale destaca a importância de explorar o vínculo entre os donos e seus gatos, ressaltando que dar atenção aos felinos pode fortalecer essa conexão. Ela também fala sobre suas experiências em aulas de treinamento com filhotes, mostrando que os gatos podem ser ensinados a realizar truques e habilidades, assim como os cães.

Atualmente, Vitale e sua equipe estão coletando dados sobre intervenções assistidas por gatos para crianças com diferenças de desenvolvimento. O objetivo é analisar os possíveis benefícios para as crianças e para os gatos nesse tipo de interação.

Por fim, Vitale compartilha seu desejo de explorar a cognição social dos gatos que vivem ao ar livre, como os encontrados em lugares como Roma e no Japão. Essa pesquisa poderia revelar até que ponto esses gatos são socialmente inteligentes e como interagem entre si em ambientes naturais.

Em suma, a ciência está descobrindo cada vez mais sobre as habilidades sociais dos gatos, mostrando que esses animais podem ser tão afetuosos e inteligentes quanto os cães, desde que recebam a atenção e os cuidados adequados.

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