STF publica ata sobre descriminalização da maconha e Congresso abre comissão para analisar PEC das Drogas em meio a embate judicial.

O Supremo Tribunal Federal (STF) causou polêmica ao publicar a ata do julgamento que coloca em prática a decisão que descriminalizou o porte de até 40 gramas de maconha no Brasil. Essa medida gerou reações no cenário político, com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciando a abertura de uma comissão especial para analisar a PEC das Drogas, de autoria do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Um advogado constitucional consultado pelo Estadão alertou que, se a PEC for aprovada, o critério técnico estabelecido pelo STF será derrubado, trazendo incertezas para a legislação no país. A decisão do STF não significa que a maconha foi legalizada no Brasil, nem que seu comércio foi legalizado. Ela apenas busca estabelecer parâmetros claros para diferenciar usuários de traficantes.

A aprovação da PEC pelo Congresso tornaria a posse e o porte de qualquer quantidade de drogas, incluindo a maconha, novamente criminalizados. A argumentação em torno desse tema envolve visões antagônicas entre os Poderes, com defensores da descriminalização destacando a liberdade individual e possíveis discriminações raciais e sociais, enquanto os opositores temem que a medida facilite o uso de outras substâncias.

A tramitação da PEC das Drogas no Congresso é vista com cautela, pois, se aprovada, pode ter consequências significativas na legislação brasileira. A possibilidade de questionamento no Supremo Tribunal Federal existe, mas é preciso que os agentes previstos na Constituição ingressem com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI). A incerteza em relação ao tema das drogas no Brasil permanece, e o embate entre os Poderes pode se estender no tempo, impactando diretamente na vida dos cidadãos.

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