Departamento de Justiça dos EUA propõe que Boeing se declare culpada de fraude em acidentes fatais envolvendo jato 737 Max

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está planejando fazer uma proposta para que a Boeing se declare culpada de fraude em relação a dois acidentes aéreos fatais envolvendo seus jatos 737 Max. Segundo fontes ouvidas pelos promotores federais, a empresa terá até o final da próxima semana para aceitar ou rejeitar a oferta, que envolve a concordância da Boeing com a supervisão de um monitor independente para garantir sua conformidade com as leis antifraude.

Durante uma reunião por vídeo, o Departamento de Justiça informou aos familiares das vítimas dos acidentes de 2018 e 2019 sobre a proposta de acordo. Mark Lindquist, um dos advogados que representam as famílias, relatou que alguns membros expressaram sua raiva em relação à oferta, argumentando que a Boeing deveria enfrentar julgamento em vez de simplesmente se declarar culpada de uma acusação que já completou três anos.

Uma das moradoras de Massachusetts, Nadia Milleron, mãe de Samya Stumo, que faleceu em um dos acidentes, afirmou: “Estamos chateados. Eles deveriam simplesmente processar”. Outros familiares também se manifestaram durante a reunião, mostrando descontentamento com a proposta de acordo.

Os promotores deixaram claro que, caso a Boeing rejeite a oferta, o Departamento de Justiça seguirá em busca de um julgamento sobre o assunto. Esta reunião ocorreu após os promotores informarem a um juiz federal que a empresa violou um acordo anterior que a protegia de processos criminais relacionados aos acidentes na Indonésia e na Etiópia.

Uma eventual condenação poderia ter impactos significativos para a Boeing, levando em consideração os grandes contratos que a empresa possui com o Pentágono e a Nasa. A situação permanece em desenvolvimento, com repercussões a serem aguardadas nos próximos dias.

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