Canoa usada por Lampião, tombada como patrimônio histórico, está abandonada no rio São Francisco e aguarda reparos judiciais.

A icônica canoa de tolda Luzitânia, que fez parte da história do rio São Francisco e foi utilizada por Lampião e seu bando de cangaceiros, encontra-se abandonada há dois anos e meio. A embarcação, tombada pelo Iphan como patrimônio histórico nacional em 2012, foi vítima de uma subida no nível do rio devido ao aumento da vazão da hidrelétrica de Xingó, entre Alagoas e Sergipe.

Após ficar submersa em janeiro de 2022, a canoa precisou passar por uma operação de resgate e, por determinação judicial, foi levada para Traipu. Agora, aguarda ser levada para uma oficina para ser reformada e poder voltar a navegar no rio São Francisco.

A história da canoa remonta às décadas de 1920, quando era utilizada para o transporte de mercadorias na região. Durante o período do cangaço, a embarcação era conhecida como Rio Branco e foi utilizada por Lampião não apenas para navegação, mas também para práticas de agiotagem, conforme relata o fundador e presidente da ONG Canoa de Tolda, Carlos Eduardo Ribeiro Junior.

A importância histórica da canoa é inegável, sendo a primeira embarcação tombada no Brasil e um dos dois últimos exemplares do tipo no Baixo São Francisco. Após um processo de restauração que durou 10 anos, a canoa estava pronta para ser utilizada em expedições de monitoramento ambiental, mas foi impedida devido ao incidente com a subida do nível do rio.

Diante desse contexto, a Justiça determinou que a embarcação seja removida para Penedo, onde passará por reformas e será devolvida ao seu proprietário. A canoa de tolda Luzitânia representa não apenas um patrimônio cultural e histórico, mas também uma peça única no cenário naval brasileiro, sendo um símbolo da rica e complexa tradição náutica do país.

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