Como a maconha desperta o apetite: pesquisadores investigam o mecanismo por trás do aumento da fome após o uso da droga.

Pesquisas recentes têm se dedicado a investigar o fenômeno conhecido como “larica” ou “munchies”, que se refere ao aumento da sensação de fome após o uso da maconha. Esse interesse crescente entre os cientistas busca entender o mecanismo pelo qual essa droga desperta o apetite em seus usuários.

Um estudo pioneiro realizado em 2015 na Universidade de Yale, nos Estados Unidos, revelou que a maconha está associada a uma ativação de neurônios no cérebro que normalmente estão envolvidos na supressão do apetite. Os cientistas identificaram que, mesmo quando o indivíduo já está saciado, a Cannabis pode enganar o sistema central de alimentação do cérebro, promovendo a sensação de fome. Esses neurônios, chamados de pró-opiomelanocortina (POMC), são ativados pelo consumo da droga, desencadeando o aumento do apetite.

Mais recentemente, em 2024, pesquisadores da Universidade Estadual de Washington descobriram um novo mecanismo envolvido nesse processo. Eles observaram que a Cannabis atua em um conjunto específico de células no hipotálamo de camundongos, reduzindo a inibição de neurônios relacionados à promoção da fome. Essas células, conhecidas como AgRP, tiveram sua ação aumentada pela droga, intensificando a sensação de fome nos animais estudados. Além disso, os pesquisadores identificaram que tanto a ação nos AgRP quanto nos POMC é mediada pelo receptor canabinoide 1 (CB1R), presente no corpo humano e ativado pela Cannabis.

Essas descobertas representam avanços significativos no entendimento do papel da maconha no estímulo ao apetite e abrem novas perspectivas para futuras pesquisas sobre o tema. A complexidade dos mecanismos envolvidos nesse processo destaca a importância de continuar investigando os efeitos da droga no cérebro e no organismo como um todo.

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