Departamento de Justiça dos EUA oferece acordo à Boeing para evitar julgamento por acidentes fatais do 737 MAX, diz advogado das famílias das vítimas.

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos está negociando um acordo judicial com a Boeing para evitar um julgamento relacionado a dois acidentes fatais envolvendo o modelo de avião 737 MAX. Segundo informações de um advogado que representa as famílias das vítimas, o acordo proposto pelo Departamento de Justiça inclui o pagamento de uma multa pela Boeing e a aceitação de supervisão externa.

Paul Cassell, professor de Direito da Universidade de Utah, afirmou que as famílias devem expressar uma “oposição veemente” ao acordo caso a Boeing aceite a proposta e ela seja apresentada a um juiz. Procurada pela AFP, a Boeing não fez comentários sobre o assunto.

O acordo em questão, conhecido como acordo de acusação diferida, foi previamente considerado pelos promotores, como reportado pelo jornal The New York Times. Até o momento, o Departamento de Justiça não chegou a uma decisão final. Em maio, foi concluído que a Boeing poderia ser processada por violar um acordo anterior, que envolvia o pagamento de 2,5 bilhões de dólares para encerrar acusações de fraude relacionadas à certificação do 737 MAX após os acidentes de 2018 e 2019.

Após um incidente em janeiro envolvendo um 737 MAX da Alaska Airlines, a companhia voltou a ser alvo de críticas e investigações. As famílias das vítimas não desejam que a Boeing seja levada a julgamento pelos promotores federais, mas há pressões para chegar a um acordo e evitar danos maiores à reputação da empresa, considerada crucial para a indústria aeronáutica americana e para a segurança nacional.

Neste contexto, a situação da Boeing continua sob escrutínio por parte dos reguladores e do Congresso, o que levanta debates sobre a melhor forma de responsabilizar a empresa pelos acidentes e garantir a segurança dos passageiros no futuro. A negociação do acordo judicial é apenas mais um capítulo nessa história em curso.

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