Flavio Altieri, analista do Censipam, destaca que os efeitos do fenômeno El Niño e o aquecimento do oceano Atlântico Norte e Sul estão contribuindo para a escassez de chuvas na região, semelhante ao que foi observado no ano anterior. Segundo ele, nos últimos 12 meses até abril deste ano, houve um déficit de 27% nos volumes de chuvas na região.
A seca severa pode ter impactos diretos na navegabilidade dos rios amazônicos, afetando principalmente as populações isoladas. Além disso, a economia regional também pode sofrer com problemas, uma vez que as hidrovias da região desempenham um papel fundamental no transporte de cargas.
Outro setor sensível é o abastecimento de energia do país, uma vez que a região abriga 17 usinas hidrelétricas responsáveis por 23,6% do consumo no Sistema Interligado Nacional. Apesar de os níveis dos rios estarem satisfatórios para geração de energia, é preciso estar atento à sazonalidade da seca, que geralmente atinge o ápice nos meses de setembro e novembro.
Diante desse cenário, é fundamental um planejamento adequado para mitigar os impactos da seca, especialmente em relação ao abastecimento de alimentos e água potável para as comunidades mais isoladas. Com 164 pontos de captação de águas superficiais que podem ser afetados pela seca, é importante agir preventivamente para garantir o bem-estar dessas populações.
Portanto, diante da iminente temporada de estiagem na Amazônia em 2024, as autoridades locais e órgãos competentes precisam intensificar seus esforços na implementação de medidas preventivas e de assistência às comunidades afetadas. A situação demanda atenção e cuidado para garantir a segurança e o abastecimento básico das populações vulneráveis da região.