Analistas apontam que a tentativa fracassada de golpe militar aprofundou ainda mais a divisão no país, que se encontra em um momento delicado às vésperas das eleições de 2025. Maria Teresa Zagada, analista da Universidade Mayor de San Simón, destaca que o evento evidenciou a divisão interna que marcará as próximas eleições.
Após meses sem comunicação pública, Arce entrou em contato com Morales para avisá-lo sobre a revolta dos comandantes das Forças Armadas. A situação atingiu seu ápice quando tanques militares se posicionaram em frente ao palácio presidencial, causando tensão e incertezas.
Morales, que antes celebrava o fracasso do levante militar, passou a acusar Arce de ter feito um “autogolpe”. Essa mudança de posicionamento evidencia a ruptura dentro do Movimento Ao Socialismo (MAS) e a complexidade política que envolve o país.
O episódio, marcado pela detenção do general Zúñiga e de outros 20 militares e civis, apontou para uma divisão irreconciliável dentro do MAS. A disputa de poder e as discordâncias internas entre Morales e Arce se agravaram nos últimos meses, culminando em uma crise política de grandes proporções.
Diante desse cenário conturbado, a Bolívia se vê imersa em uma crise política que ameaça o equilíbrio democrático do país. A incerteza em relação ao futuro político e a polarização crescente entre os líderes de esquerda tornam as próximas eleições um verdadeiro desafio para a estabilidade boliviana.