A Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, que abriga as usinas Angra 1 e Angra 2, já mantém rejeitos radioativos em galpões próximos às usinas. Todo o material é armazenado de forma segura e monitorado rigorosamente para evitar impactos ambientais e riscos à saúde das pessoas, tanto dentro quanto fora da central nuclear. Atualmente, existem cerca de 7,9 mil volumes de rejeitos estocados no local.
Os galpões de Angra têm capacidade para receber material até 2030. Caso a Cnen não indique uma solução até 2028, a Eletronuclear, estatal responsável pela operação das usinas, buscará alternativas, como a construção de novos galpões ou a adoção de novas tecnologias de armazenamento.
O projeto Centena prevê um período de operação de 60 anos para a instalação, com mais 300 anos de vigilância após o fechamento. A coordenadora técnica do projeto, Clédola Cássia Oliveira de Tello, ressalta que a implantação passará por fases de licenciamento até o início da operação.
Países como os Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul e África do Sul já possuem repositórios de rejeitos radioativos. Apesar de comumente associada à geração de energia, a atividade nuclear também é utilizada em outras indústrias, como a de medicina e alimentícia.
Além disso, a Cnen está envolvida no processo de renovação da licença de operação da usina Angra 1, que deverá ser concluído até dezembro de 2024. O diretor de Radioproteção e Segurança Nuclear da Cnen, Alessandro Facure, destaca a complexidade desse processo, que exige investimentos da Eletronuclear no valor de US$ 700 milhões.
Em meio a essas questões, a Cnen realiza reuniões mensais com a Eletronuclear para garantir um diálogo contínuo e a troca de informações. A renovação da licença de Angra 1 representa um desafio técnico e regulatório que a Cnen está empenhada em garantir, assegurando os mais elevados padrões de segurança no setor nuclear.