Em meio à preocupação com a valorização do dólar frente ao real, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou em Brasília nesta terça-feira que o governo não pretende reduzir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio como medida para segurar a alta da moeda norte-americana. Em declaração após reunião com deputados para debater a regulamentação da reforma tributária, Haddad destacou a importância da comunicação eficaz sobre questões fiscais e a autonomia do Banco Central como estratégia principal para conter a desvalorização do real.
A declaração do ministro veio após rumores sobre uma possível redução do IOF ganharem força, o que ele negou categoricamente. Haddad ressaltou que a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco Central quanto ao arcabouço fiscal, é essencial para tranquilizar a população e os mercados. Ele reiterou que a agenda fiscal é o foco do governo no momento, com propostas em andamento para cumprir as metas estabelecidas para os anos de 2024, 2025 e 2026.
O dólar fechou o pregão de segunda-feira a R$ 5,65 e continuou a subir ao longo do dia seguinte, alcançando a marca de R$ 5,68 por volta das 13h. Haddad destacou a importância da rigidez do arcabouço fiscal e ressaltou que a atenção à comunicação é crucial. Atualmente, o IOF sobre operações cambiais varia de acordo com o tipo de transação, sendo de 4,38% para compras no cartão no exterior e de 1,1% para compra de moeda estrangeira em espécie, com previsão de zeragem em 2028.
O ministro informou que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira para discutir um plano de revisão de gastos e cortes de despesas, visando conter a alta do dólar. Lula demonstrou preocupação com a situação e elogiou o arcabouço fiscal e a autonomia do Banco Central. Haddad finalizou enfatizando que o governo está focado na agenda fiscal e reiterou que os rumores sobre a redução do IOF são infundados e originados por indivíduos com interesses específicos.