Mulheres domésticas aguardam ansiosas projeto de Política Nacional de Cuidados para garantia de direitos e redução de violências no Brasil.

A história de Chirlene Brito, uma paraibana que desde os oito anos de idade foi introduzida no mundo do trabalho doméstico, revela as duras realidades vivenciadas por muitas mulheres no Brasil. Chirlene foi obrigada a abandonar os estudos e se dedicar às tarefas domésticas, sofrendo inúmeras violências ao longo de sua trajetória.

Atualmente, aos 40 anos, Chirlene atua como diarista e faz parte da direção da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad). Sua expectativa em relação ao projeto da Política Nacional de Cuidados, que será apresentado ao Congresso Nacional, é grande. Esse projeto tem como objetivo garantir direitos e políticas públicas tanto para profissionais remunerados como para aquelas que cuidam de forma voluntária, mas que acabam sendo excluídas do reconhecimento e proteção social.

É importante ressaltar que as mulheres são as principais responsáveis por esses serviços, sendo que, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 78% das pessoas envolvidas em cuidados no Brasil são do sexo feminino, sendo 55% mulheres negras.

O Projeto de Lei, elaborado por um grupo de trabalho que envolveu 20 ministérios, será assinado pelo presidente Lula e tem como proposta garantir os direitos de quem necessita de cuidados e de quem cuida, promovendo uma divisão mais igualitária do trabalho de cuidados na sociedade.

A iniciativa do governo reconhece a importância da corresponsabilização social e de gênero nas tarefas de cuidado, buscando promover uma cultura de respeito e valorização do trabalho realizado por essas profissionais. A ministra Cida Gonçalves destaca a importância de envolver toda a sociedade nesse processo, visando diminuir a carga de trabalho das mulheres e proporcionar uma divisão equitativa das responsabilidades familiares.

Chirlene Brito, que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo de sua jornada, espera que o projeto seja aprovado e efetivamente implementado, para que os direitos das trabalhadoras domésticas sejam garantidos e que as violências sofridas por essas profissionais sejam coibidas. Ela ressalta a importância da fiscalização e da conscientização de todos os cidadãos para que a política de cuidados se torne uma realidade no Brasil.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo