Atualmente, aos 40 anos, Chirlene atua como diarista e faz parte da direção da Federação Nacional das Trabalhadoras Domésticas (Fenatrad). Sua expectativa em relação ao projeto da Política Nacional de Cuidados, que será apresentado ao Congresso Nacional, é grande. Esse projeto tem como objetivo garantir direitos e políticas públicas tanto para profissionais remunerados como para aquelas que cuidam de forma voluntária, mas que acabam sendo excluídas do reconhecimento e proteção social.
É importante ressaltar que as mulheres são as principais responsáveis por esses serviços, sendo que, de acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), 78% das pessoas envolvidas em cuidados no Brasil são do sexo feminino, sendo 55% mulheres negras.
O Projeto de Lei, elaborado por um grupo de trabalho que envolveu 20 ministérios, será assinado pelo presidente Lula e tem como proposta garantir os direitos de quem necessita de cuidados e de quem cuida, promovendo uma divisão mais igualitária do trabalho de cuidados na sociedade.
A iniciativa do governo reconhece a importância da corresponsabilização social e de gênero nas tarefas de cuidado, buscando promover uma cultura de respeito e valorização do trabalho realizado por essas profissionais. A ministra Cida Gonçalves destaca a importância de envolver toda a sociedade nesse processo, visando diminuir a carga de trabalho das mulheres e proporcionar uma divisão equitativa das responsabilidades familiares.
Chirlene Brito, que enfrentou inúmeras dificuldades ao longo de sua jornada, espera que o projeto seja aprovado e efetivamente implementado, para que os direitos das trabalhadoras domésticas sejam garantidos e que as violências sofridas por essas profissionais sejam coibidas. Ela ressalta a importância da fiscalização e da conscientização de todos os cidadãos para que a política de cuidados se torne uma realidade no Brasil.