PF resgata 22 vítimas de rede de exploração sexual em SP; suspeita de comando é presa em operação Tauéma.

Nesta terça-feira (2), agentes da Polícia Federal (PF) resgataram um grupo de 22 pessoas em São Paulo, vítimas de uma rede de aliciamento para exploração sexual, sendo a maioria mulheres transexuais. A operação resultou na prisão da mulher suspeita de comandar a quadrilha.

As investigações tiveram início após o Ministério dos Povos Indígenas repassar informações à PF sobre a atuação da rede de aliciamento de pessoas. Os policiais federais descobriram que os investigados agenciavam, recrutavam e alojavam pessoas, principalmente mulheres transexuais, através de fraudes e ameaças visando a exploração sexual.

A gravidade do tráfico de pessoas para exploração sexual foi destacada pela coordenadora-geral de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e Contrabando de Migrantes do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Marina Bernardes. Ela ressaltou a vulnerabilidade das mulheres, meninas e da população LGBTQIA+ a essa forma de exploração, enfatizando a importância de ações preventivas e protetivas voltadas para esses grupos.

O caso das 22 vítimas resgatadas durante a Operação Tauéma foi caracterizado pelo Protocolo de Palermo como tráfico de pessoas, configurando uma grave violação aos direitos humanos. O Protocolo de Palermo, primeiro instrumento internacional a definir o tráfico de pessoas, considera esse crime como uma séria violação de direitos, onde uma pessoa é convencida, convidada ou enganada a aceitar propostas que resultarão em formas de exploração, como a sexual, laboral, servidão, entre outras.

O Brasil ratificou o Protocolo de Palermo em 2004 e, em resposta ao compromisso internacional, elaborou e aprovou a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Até o momento, o país implementou três planos nacionais e lançará o quarto plano no próximo dia 30, com o apoio técnico do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes, coincidindo com o Dia Mundial e Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, estabelecido pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

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