Polícia Federal dissecou “hierarquia da fraude” de R$ 25,3 bilhões nas Americanas em Operação Disclosure. Executivos são alvos de investigação.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Disclosure após requerer à Justiça Federal a abertura de investigações sobre uma fraude bilionária de R$ 25,3 bilhões envolvendo a Americanas. O ex-CEO Miguel Gutierrez e a ex-diretora Anna Saicali foram apontados como os principais alvos dessa operação, sendo investigados por participarem de fraudes no primeiro e segundo escalões da empresa.

A Justiça Federal determinou a prisão preventiva de Gutierrez e Anna. O ex-CEO foi preso em Madri, mas teve sua custódia revogada posteriormente. Em contrapartida, Anna Saicali retornou ao Brasil e a defesa dos envolvidos está sendo buscada para fornecer seus posicionamentos sobre as acusações.

Além dos principais alvos, outros 14 ex-executivos da varejista também são suspeitos de envolvimento nas fraudes, dois dos quais fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. As investigações apontam para uma longa trajetória de fraudes na Americanas, que se estendem por mais de uma década.

A Polícia Federal detectou que a alta cúpula da empresa utilizava artifícios contábeis para inflar os resultados financeiros com o objetivo de receber bônus. E-mails interceptados pela PF revelaram a manipulação dos balanços da empresa, resultando na divulgação de resultados fictícios e descolados da realidade ao mercado.

A corporação apontou que os ex-executivos tinham pleno conhecimento das fraudes e utilizavam arquivos com expectativas de analistas como parâmetros para maquiar os resultados financeiros. Entre os artifícios utilizados estavam fraudes em operações de risco sacado e contratos fictícios de Verba de Propaganda Cooperada.

A investigação da PF revela uma dinâmica de poder na antiga cúpula da Americanas, onde os resultados reais eram refinados para apresentar um resultado fictício à empresa e ao mercado. A Operação Disclosure se baseia em centenas de mensagens que comprovam as práticas contábeis fraudulentas na companhia, mostrando a extensão da participação dos ex-executivos na fraude.

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