Reagrupamento Nacional em busca de maioria absoluta na França, forçando aliança de esquerda e centro-direita a unirem forças no segundo turno.

No cenário político da França, uma movimentação intensa acontece nos bastidores eleitorais, com mais de 200 candidatos a deputado retirando suas candidaturas para o segundo turno das eleições legislativas previsto para domingo (7). Esse movimento estratégico visa evitar uma possível maioria absoluta da extrema-direita representada pelo Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen.

O primeiro-ministro Gabriel Attal, de centro-direita, ressaltou a importância de impedir o RN de obter uma maioria absoluta, destacando a necessidade de uma união entre diferentes blocos políticos para enfrentar a ameaça da extrema-direita. Entretanto, a aliança de centro-direita do presidente Emmanuel Macron encontra-se dividida sobre essa estratégia, enquanto a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP) se une para construir uma “frente republicana” contra a extrema-direita.

Essa manobra estratégica consiste na retirada dos candidatos com menores possibilidades de vitória no segundo turno, a fim de concentrar os votos em poucos candidatos “republicanos” que se classificarem para o segundo turno, onde cada voto se torna crucial para impedir a ascensão da extrema-direita.

Com um sistema eleitoral majoritário de dois turnos, os franceses escolhem os 577 deputados em círculos eleitorais, e a alta participação e dispersão do voto no primeiro turno levaram a mais de 300 segundos turnos com três candidatos ou mais. Neste contexto, vemos candidatos de diferentes blocos políticos tomando decisões estratégicas para barrar a extrema-direita e garantir uma representação equilibrada no parlamento.

A ascensão da extrema-direita na França também desperta a atenção de países aliados e rivais, que acompanham de perto esse processo eleitoral, podendo resultar em cenários de coabitação e até na formação de uma “grande coalizão” para evitar que a extrema-direita alcance o poder de forma absoluta. A política francesa segue em movimento enquanto os eleitores se preparam para o segundo turno das eleições legislativas, que promete ser decisivo para o futuro do país.

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