Aborto legal é negado momentaneamente em hospital de São Paulo, revela Secretaria Municipal de Saúde ao STF, em meio a polêmica sobre assistolia.

A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo comunicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (3) que uma paciente em busca de um aborto legal foi inicialmente negada no Hospital Doutor Fernando Mauro Pires da Rocha, na capital paulista. Este caso veio à tona após o ministro Alexandre de Moraes solicitar informações de cinco hospitais municipais sobre possíveis recusas de procedimentos de aborto legal.

A paciente, uma mulher de 26 anos, procurou o hospital em 21 de junho deste ano para receber atendimento do Programa de Atendimento à Vítimas de Violência Sexual. Após a recusa inicial, foi encaminhada para outra unidade hospitalar e realizou o procedimento em 30 de junho.

Outros hospitais consultados informaram sobre situações semelhantes. O Hospital Tide Setúbal teve um caso em que, devido a uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) proibindo a assistolia, o procedimento não foi realizado e a paciente buscou ajuda em outro estado. Já os hospitais Cármino Caricchio e Mário Degni não receberam pedidos de aborto legal, e o Hospital Doutor Mário Moraes Altenfelder da Silva deixou de realizar o procedimento desde dezembro de 2023.

A Secretaria Municipal de Saúde reiterou ao ministro Alexandre de Moraes que a orientação é realizar o aborto previsto em lei, garantindo o atendimento adequado às pacientes. Além disso, ressaltou que as equipes de saúde envolvidas serão recicladas para garantir a correta execução dos procedimentos.

Em maio, o ministro suspendeu a resolução do CFM que proibia a realização da assistolia fetal em casos de gravidez resultante de estupro, considerando um abuso do poder regulamentar do conselho. Com isso, a assistolia continua sendo permitida nos casos previstos em legislação, assegurando o acesso das mulheres a seus direitos reprodutivos.

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