Chefe de verificador de objetivos climáticos renuncia após polêmica sobre créditos de carbono em cadeia produtiva corporativa.

O brasileiro Luiz Amaral, líder do principal verificador global de objetivos climáticos corporativos, anunciou sua renúncia após pressões internas dos funcionários descontentes com mudanças na estratégia da Science Based Targets Initiative (SBTi).

Especializado em sistemas de auditoria ambiental, Amaral comunicou sua saída do cargo de diretor-executivo da SBTi no final do mês por “motivos pessoais”, deixando em aberto a controvérsia sobre a permissão para empresas utilizarem créditos de carbono como forma de compensar a poluição em toda a cadeia de suprimentos.

Esses créditos são gerados por projetos que ajudam a reduzir ou evitar emissões de carbono, como iniciativas de energia renovável e reflorestamento. No entanto, críticos argumentam que isso permite que as empresas continuem poluindo.

A decisão da SBTi de flexibilizar o uso de créditos de carbono foi o ponto central das críticas dos funcionários, que demandaram a renúncia de Amaral e da diretoria da organização. Apesar disso, o ex-diretor-executivo não fez menção direta à controvérsia em sua declaração de renúncia, citando apenas “motivos pessoais” que requerem sua atenção.

Para substituir Luiz Amaral temporariamente na liderança da SBTi, assume a principal diretora jurídica do grupo, Susan Jenny Ehr. A SBTi é uma organização reconhecida por colaborar com a ONU e receber apoio financeiro de entidades como o Bezos Earth Fund e a Fundação IKEA.

A saída de Amaral evidenciou um conflito interno na SBTi, com mais de 80 grupos da sociedade civil, incluindo o Greenpeace e a Anistia Internacional, pedindo publicamente que a organização abandone o uso de créditos de carbono. Resta agora aguardar para ver como a SBTi lidará com essa situação e se retomará sua posição inicial mais restritiva em relação a esses mecanismos de compensação.

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