Especializado em sistemas de auditoria ambiental, Amaral comunicou sua saída do cargo de diretor-executivo da SBTi no final do mês por “motivos pessoais”, deixando em aberto a controvérsia sobre a permissão para empresas utilizarem créditos de carbono como forma de compensar a poluição em toda a cadeia de suprimentos.
Esses créditos são gerados por projetos que ajudam a reduzir ou evitar emissões de carbono, como iniciativas de energia renovável e reflorestamento. No entanto, críticos argumentam que isso permite que as empresas continuem poluindo.
A decisão da SBTi de flexibilizar o uso de créditos de carbono foi o ponto central das críticas dos funcionários, que demandaram a renúncia de Amaral e da diretoria da organização. Apesar disso, o ex-diretor-executivo não fez menção direta à controvérsia em sua declaração de renúncia, citando apenas “motivos pessoais” que requerem sua atenção.
Para substituir Luiz Amaral temporariamente na liderança da SBTi, assume a principal diretora jurídica do grupo, Susan Jenny Ehr. A SBTi é uma organização reconhecida por colaborar com a ONU e receber apoio financeiro de entidades como o Bezos Earth Fund e a Fundação IKEA.
A saída de Amaral evidenciou um conflito interno na SBTi, com mais de 80 grupos da sociedade civil, incluindo o Greenpeace e a Anistia Internacional, pedindo publicamente que a organização abandone o uso de créditos de carbono. Resta agora aguardar para ver como a SBTi lidará com essa situação e se retomará sua posição inicial mais restritiva em relação a esses mecanismos de compensação.