Comunidade tradicional do Pantanal luta para sobreviver às queimadas e proteger o bioma e seus modos de vida históricos.

Na zona rural de Ladário, Mato Grosso do Sul, uma comunidade tradicional às margens do rio Paraguai enfrenta a ameaça constante dos incêndios que afetam o Pantanal. Localizada a apenas 7 km de Corumbá, a Área de Proteção Ambiental (APA) Baía Negra abriga 28 famílias que sobrevivem da exploração sustentável dos recursos naturais, mas que têm visto seus modos de vida ameaçados pela sequência de queimadas que assola a região desde meados de junho.

Virgínia Paes, presidente da Associação de Mulheres Produtoras da APA Baía Negra, lamenta a situação de sua comunidade, que ainda se recuperava do incêndio de 2020 quando os focos de fogo voltaram a se aproximar. A região é a primeira unidade de conservação de uso sustentável do Pantanal, onde a preservação ambiental se entrelaça com a subsistência dos ribeirinhos que ali habitam.

No Pantanal, as queimadas atingiram um recorde alarmante neste ano, com 3.538 focos registrados entre janeiro e junho. Em uma região marcada por sua rica biodiversidade, os incêndios representam uma ameaça não apenas para a fauna e flora, mas também para a sobrevivência das comunidades tradicionais que dependem dos recursos naturais para seu sustento.

A APA Baía Negra, com seus aproximadamente 5.420 hectares, abriga espécies diversas e é o habitat de animais emblemáticos como o jacaré-do-pantanal, a capivara e a onça-pintada. No entanto, tanto a fauna quanto os moradores locais enfrentam desafios crescentes devido aos incêndios e à seca que castiga a região desde outubro do ano passado.

Os ribeirinhos, que são os verdadeiros guardiões dos ecossistemas que habitam, veem seus modos de vida ameaçados pela destruição provocada pelo fogo. As atividades tradicionais, como a pesca, sofrem os impactos diretos dos incêndios, que intoxicam os peixes e reduzem a disponibilidade de alimentos.

Diante desse cenário de desolação e insegurança, as comunidades ribeirinhas do Pantanal enfrentam um futuro incerto, marcado pela incerteza e pelo temor de que o clima venha a forçá-los a se deslocarem de suas terras ancestrais. A luta pela preservação do bioma e dos modos de vida tradicionais se torna, assim, uma batalha diária e urgente para garantir a sobrevivência não apenas das espécies que ali habitam, mas também das comunidades que há gerações protegem e cuidam desse precioso patrimônio natural.

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