Formigas carpinteiras da Flórida realizam amputações cirúrgicas para tratar ferimentos e impressionam cientistas com seu comportamento único.

A vida de uma formiga carpinteira na Flórida pode ser comparada a uma verdadeira batalha. Essas pequenas formigas, que medem cerca de meia polegada, são extremamente territoriais e não hesitam em atacar violentamente as formigas de colônias rivais.

Um estudo recente publicado no periódico Current Biology revelou um comportamento surpreendente dessas formigas: a amputação para tratar ferimentos. Os pesquisadores observaram que as formigas, ao identificarem membros feridos em suas companheiras de ninho, realizam amputações para prevenir infecções.

Embora outras espécies de formigas sejam conhecidas por lamber os ferimentos para limpá-los, esta é a primeira vez que se tem conhecimento de uma espécie que recorre à amputação como tratamento. As formigas são meticulosas, realizando as amputações apenas em locais específicos das pernas feridas.

Os cientistas observaram que as formigas sobreviveram em 90% dos casos após as amputações. Além disso, as amputações foram uma prática consensual, com uma formiga apresentando a perna ferida e a outra realizando o procedimento com precisão.

Essa descoberta levanta questões sobre a inteligência e sensibilidade das formigas. Daniel Kronauer, professor da Universidade Rockefeller em Nova York, comentou que não ficaria surpreso se outras espécies de formigas tivessem comportamentos semelhantes.

A pesquisa também revelou que as formigas realizam as amputações apenas em companheiras de ninho com ferimentos nas coxas, devido à presença de diversos músculos nessa região que ajudam a reduzir o fluxo de hemolinfa, a versão do sangue das formigas, dificultando a propagação de infecções.

Esse estudo inovador destaca a complexidade dos comportamentos animais e a importância de cuidar dos feridos em uma colônia, evidenciando o valor de cada indivíduo e a eficiência energética que a prática de amputação traz para o grupo. A forma como as formigas carpinteiras da Flórida lidam com ferimentos mostra a evolução surpreendente presente até mesmo em criaturas tão simples.

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