Uso de Ozempic e Wegovy pode aumentar risco de doença rara que leva à cegueira, diz estudo da Universidade de Harvard.

Estudo realizado por pesquisadores da renomada Universidade de Harvard revelou uma associação entre o uso dos medicamentos Ozempic e Wegovy, fabricados pela Novo Nordisk e indicados para o tratamento de diabetes tipo 2 e obesidade, e um aumento significativo no risco de desenvolver neuropatia óptica isquêmica anterior-não arterítica (NOIA-NA), uma condição rara que pode levar à cegueira. Os resultados desta pesquisa foram publicados na revista científica JAMA Ophthalmology.

Os cientistas envolvidos no estudo, do Mass Eye and Ear, destacaram a importância de incluir a NOIA-NA como um possível risco a ser discutido entre médicos e pacientes que estão em tratamento com esses medicamentos. A NOIA-NA é uma condição séria e silenciosa, que pode progredir por vários dias sem causar dor, com pouco potencial de melhora, uma vez que não há tratamento conhecido para ela.

A pesquisa teve início em meados de 2023, quando médicos do Mass Eye and Ear observaram três casos de pacientes que perderam a visão devido à NOIA-NA em um curto período de tempo, chamando atenção para a relação com o uso de semaglutida, presente nos medicamentos analisados. O estudo retrospectivo envolveu mais de 17 mil pacientes tratados ao longo de seis anos e identificou uma associação do Ozempic com um risco 4,28 vezes maior de desenvolver a NOIA-NA e do Wegovy com um risco 7,64 vezes maior.

Embora os resultados tenham sido significativos, os pesquisadores ressaltam que o estudo é observacional e que são necessárias mais investigações para estabelecer uma relação definitiva de causa e consequência. A Novo Nordisk, fabricante dos medicamentos, afirmou que a segurança dos pacientes é sua prioridade e que leva a sério quaisquer relatos de eventos adversos.

Em suma, o estudo destaca a importância de considerar a NOIA-NA como um possível efeito colateral dos medicamentos Ozempic e Wegovy e ressalta a necessidade de pesquisas adicionais para validar as descobertas e orientar o tratamento de pacientes que utilizam esses medicamentos.

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