A molécula em foco, conhecida como LASSBio-1911, pertence a uma classe de substâncias inicialmente desenvolvidas para combater o câncer, mas que agora estão sendo investigadas por seu potencial no combate às doenças neurodegenerativas. A pesquisa mostrou que a substância atua de forma positiva na proteção dos astrócitos, células cerebrais responsáveis por suportar e nutrir os neurônios, cuja disfunção é associada à doença de Alzheimer.
A Dra. Flávia Gomes, neurocientista e autora do estudo, destacou a importância do papel dos astrócitos no cérebro e como a molécula LASSBio-1911 conseguiu restaurar suas funções em animais afetados pela doença de Alzheimer. O estudo, liderado pelo Dr. Luan Diniz em colaboração com pesquisadores de diversas unidades da UFRJ, recebeu apoio do Ministério da Saúde e da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).
Embora os resultados sejam promissores, os cientistas enfatizam que ainda há um longo caminho a percorrer antes que a molécula seja testada em humanos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Alzheimer representa a maioria dos casos de demência, afetando milhões de pessoas em todo o mundo.
Recentemente, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos aprovou um novo medicamento para a doença, chamado donanemabe, que atua na redução da proteína beta-amiloide no cérebro. No entanto, pesquisadores ressaltam a necessidade de novas alternativas terapêuticas que possam combater de forma mais eficaz a perda cognitiva associada ao Alzheimer.
Portanto, as descobertas dos cientistas brasileiros representam um avanço significativo na busca por novas abordagens no tratamento da doença de Alzheimer, e a esperança é de que essas pesquisas pioneiras possam abrir caminho para terapias mais eficazes e inovadoras no futuro.