Os resultados indicaram que os pacientes que tiveram dengue apresentaram uma maior propensão a relatar um diagnóstico de depressão em comparação com aqueles que não tiveram a doença. Além disso, o risco de desenvolver depressão foi observado tanto a curto prazo, em menos de três meses após a infecção aguda, quanto a longo prazo, persistindo por mais de 12 meses após a contaminação.
Os pesquisadores também observaram um aumento no risco de problemas de sono em pacientes que tiveram dengue, especificamente no período de 3 a 12 meses após a infecção. No entanto, não houve um aumento significativo no risco de ansiedade, exceto em um subgrupo de pacientes hospitalizados pela dengue nos três primeiros meses após a doença.
A pesquisa ressaltou a necessidade de estudos adicionais para estabelecer uma relação causal entre a dengue e o aumento do risco de depressão. Os pesquisadores destacaram que sintomas prolongados como dores de cabeça, erupções cutâneas e fadiga crônica após a fase aguda da doença podem contribuir para o desenvolvimento de condições depressivas.
Além disso, a possível ação direta do vírus no cérebro ou o trauma decorrente da hospitalização também foram apontados como explicação para a relação entre dengue e depressão. Estudos anteriores com outros flavivírus, como o vírus do Nilo Ocidental, já haviam demonstrado um aumento no risco de depressão após a infecção.
Em suma, o estudo destaca a importância de considerar os impactos da dengue na saúde mental e sugere a realização de mais pesquisas para entender melhor essa relação e desenvolver estratégias de prevenção e tratamento adequadas.