O diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, destacou que o aumento das importações de carros elétricos pode ter sido motivado pela antecipação de compras para evitar o aumento do Imposto de Importação sobre esses veículos, que subiu de 12% para 25% em julho. Esse cenário levou a um recuo no superávit, mas o resultado ainda foi considerado positivo.
No acumulado do primeiro semestre de 2024, a balança comercial apresenta um superávit de US$ 42,31 bilhões, o que representa uma redução de 5,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Mesmo com essa queda, o resultado é o segundo melhor desde o início da série histórica em 1989, perdendo apenas para 2023, que registrou US$ 44,617 bilhões de superávit nos primeiros seis meses do ano.
Em relação aos setores, as exportações de produtos agropecuários foram impactadas pela queda de preços, enquanto as vendas de commodities como petróleo bruto, minério de ferro, algodão e café tiveram destaque. Por outro lado, as importações de fertilizantes, petróleo, aeronaves e carros elétricos aumentaram, com queda nas compras de carvão e válvulas.
Apesar da queda no superávit em junho, o governo revisou para cima a projeção de superávit comercial para o ano de 2024, estimando um saldo de US$ 79,2 bilhões. As exportações devem crescer 1,7% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 345,4 bilhões, enquanto as importações devem aumentar 10,6%, totalizando US$ 266,2 bilhões.
Essas projeções mais otimistas do governo contrastam com as expectativas do mercado financeiro, que projeta um superávit de US$ 81,55 bilhões para o ano. O cenário internacional, com a desaceleração das commodities e a retomada econômica, será determinante para os resultados da balança comercial brasileira nos próximos meses.