Um dos principais pesquisadores nessa área é Kevin Hall, ligado ao Instituto Nacional de Diabetes e Doenças Digestivas e Renais, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos. Durante o Congresso Internacional de Obesidade realizado no Brasil, ele compartilhou sua extensa pesquisa sobre o impacto dos alimentos altamente processados no corpo humano.
Uma das descobertas mais interessantes foi a constatação de que os alimentos ultraprocessados não afetam o sistema de recompensa do cérebro da mesma forma que substâncias viciantes, como drogas ilícitas. Isso sugere que a crença popular sobre a viciabilidade desses alimentos pode não ser totalmente fundamentada pelos estudos científicos.
A pesquisa também revelou que a quantidade de calorias consumidas em um dia está diretamente ligada ao consumo em larga escala de alimentos ultraprocessados. Além disso, estudos apontaram que a combinação de açúcar e gordura não resulta em um aumento significativo de dopamina no cérebro, o que contraria algumas teorias anteriores.
Kevin Hall destacou a importância de continuar a investigar profundamente os mecanismos por trás dos alimentos ultraprocessados, a fim de identificar quais são os componentes ruins desses produtos. Ainda há muito a ser estudado e aprendido nesse campo, especialmente para países onde uma grande parcela das calorias consumidas provém desses alimentos.
Apesar das controvérsias em torno dos alimentos ultraprocessados, os estudos realizados até o momento apontam para a necessidade de uma abordagem mais ampla e aprofundada sobre o tema. A busca por alimentos menos nocivos para a saúde é um objetivo que motivará pesquisadores e especialistas a continuarem estudando e desenvolvendo novas estratégias para promover uma alimentação mais equilibrada e saudável para a população.