A sensibilidade do ambiente aos incêndios é evidenciada pelo estudo, que aponta que, mesmo sendo um bioma acostumado com o fogo, existem áreas que são mais suscetíveis aos incêndios. Diante disso, foi lançada uma plataforma nesta sexta-feira (5) pela rede Mapbiomas, composta por organizações não governamentais, universidades e empresas de tecnologia, com o objetivo de monitorar a degradação das áreas florestais.
A disponibilização gratuita de dados, mapas e códigos produzidos reflete a importância de compreender e acompanhar as mudanças no uso da terra no país. A definição de áreas degradadas inclui regiões que não foram completamente desmatadas, mas que sofrem alterações relevantes em sua composição biológica, devido a diversos fatores como o tamanho e isolamento dos fragmentos florestais, a frequência de queimadas, invasão por espécies exóticas e pisoteio por rebanhos.
No cenário atual, o impacto dos incêndios é alarmante, especialmente no Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. A área queimada neste ano foi a maior registrada desde 2012, de acordo com o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais. Somente em junho, mais de 411 mil hectares foram consumidos pelo fogo, superando a média histórica. As investigações da Polícia Federal sobre a origem dos incêndios revelam que a maioria ocorre em terras privadas, conforme declaração da ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.
Além disso, um quarto da vegetação nativa do Brasil pode estar sujeita à degradação, segundo levantamento da rede Mapbiomas. Os dados apontam que entre 11% e 25% das matas do país foram expostas a processos destrutivos entre 1986 e 2021, com destaque para a Mata Atlântica e o Cerrado como os biomas mais impactados. Esses números alarmantes reforçam a necessidade urgente de ações para a preservação e conservação do meio ambiente no país.