O presidente de centro-direita, Emmanuel Macron, surpreendeu a nação ao convocar eleições antecipadas como uma estratégia para bloquear o avanço do Reagrupamento Nacional (RN) de Le Pen, que obteve vitória nas eleições europeias em junho passado. Contudo, os resultados do primeiro turno mostraram que o RN e seus aliados lideram com um terço dos votos, seguidos pela coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e pela aliança de centro-direita de Macron, Juntos.
Para o segundo turno, marcado para domingo, o bloco de extrema direita é o único que tem chances reais de obter a maioria absoluta de 289 deputados e colocar Jordan Bardella como primeiro-ministro. No entanto, um acordo entre os opositores da extrema direita reduziu as possibilidades desse cenário se concretizar.
A líder ambientalista, Marine Tondelier, ressaltou a importância de impedir a ascensão da extrema direita ao poder e instou os eleitores a votarem em opositores do RN. De forma semelhante, o capitão da seleção francesa de futebol, Kylian Mbappé, alertou sobre os riscos de deixar o país nas mãos dessas pessoas.
Com a incerteza do resultado eleitoral, diversas possibilidades começaram a ser discutidas, como uma “grande coligação” entre a esquerda, o partido no poder e deputados da direita não alinhados ao RN, ou até mesmo a formação de um governo técnico. Os franceses aguardam ansiosamente os resultados que serão conhecidos após o encerramento das seções eleitorais no domingo à noite.
A tensão política tem se refletido até mesmo em atos violentos, com relatos de agressões a candidatos e ativistas. Com a iminência de possíveis distúrbios após a divulgação dos resultados, as autoridades planejam mobilizar um grande contingente policial para garantir a segurança do país. A França está diante de um momento crucial que poderá mudar significativamente o cenário político e econômico não só do país, mas também da União Europeia como um todo.