Documento do T20 Brasil com propostas para o G20 é entregue às autoridades, abordando temas como desigualdade e transição energética.

Nesta semana, autoridades do G20 receberam um extenso documento de 68 páginas contendo propostas e recomendações elaboradas por centros de pesquisas no âmbito do grupo T20 Brasil. O documento aborda uma ampla gama de temas, incluindo desigualdade, pobreza, transição energética, reforma da arquitetura financeira internacional, crescimento sustentável e inclusivo, transformação digital e governança global.

Dentro das propostas apresentadas, destacam-se mudanças na política de empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), alterações no funcionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC), adoção de políticas fiscais progressivas, estabelecimento de mecanismos de cooperação na governança global de dados e regulamentação internacional para o uso da inteligência artificial.

Gustavo Westmann, assessor especial do G20 para assuntos internacionais da Secretaria de Assuntos Internacionais da Presidência do Brasil, ressaltou a importância de levar essas recomendações para a mesa de negociações. Ele enfatizou a necessidade de garantir a participação da sociedade civil nas discussões e de fazer com que suas vozes sejam ouvidas pelas autoridades do G20.

Denominado Comuniqué do T20 Brasil, o documento foi resultado de diversos eventos realizados ao longo dos últimos meses e foi entregue aos líderes das Trilhas de Sherpa, que são emissários designados por cada governo do G20. A expectativa é de que as propostas influenciem as negociações para a declaração final que será aprovada na Cúpula do G20 no Rio de Janeiro em novembro, quando termina a presidência temporária brasileira.

O Brasil assumiu a presidência do G20 no final do ano passado e busca priorizar o combate à fome, à pobreza e à desigualdade, as transições de energia para o desenvolvimento sustentável e a reforma na governança global. O documento do T20 Brasil foi elogiado pelo subsecretário de finanças internacionais e cooperação econômica do Ministério da Fazenda, Antonio Cottas, que destacou a profundidade das contribuições e a importância de implementar as recomendações.

Com o cenário geopolítico desafiador e a necessidade de buscar soluções em meio a crises, a presidência brasileira do G20 assume uma grande responsabilidade. O T20 Brasil integra um dos grupos de engajamento da sociedade civil do G20 Social e conta com a colaboração de diversas instituições, incluindo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a Fundação Alexandre de Gusmão (Funag) e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

O presidente Lula da Silva tem solicitado que a agenda do G20 Social dê destaque aos grupos de engajamento e promova a participação de atores não-governamentais nas atividades e decisões do grupo. Além do T20, existem outros grupos, como o L20 (sindicatos), Y20 (juventude) e J20 (supremas cortes), que buscam contribuir de maneira significativa para a governança global.

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