O veredito do tribunal seguiu as recomendações da procuradora-geral, Ekaterina Denissova, que na última quinta-feira pediu uma pena de seis anos em uma audiência realizada a portas fechadas. A peça em questão, intitulada “Finist is a Brave Falcon”, aborda a história de mulheres russas recrutadas por islâmicos na Síria pela internet para se casarem com eles.
O caso de Berkovich chama atenção por sua postura crítica em relação à política do governo russo. No início da ofensiva russa na Ucrânia, em fevereiro de 2022, a artista foi condenada a 11 dias de detenção por se manifestar contra a guerra e publicar poesias denunciando a destruição causada pelos ataques. Em sua defesa, Petriychuk afirmou que o objetivo da peça era chamar atenção e destacar a gravidade do problema abordado.
A peça em questão foi extremamente aclamada pela crítica e pelo público quando estreou, recebendo inclusive duas “Máscaras de Ouro”, principal prêmio russo para as artes cênicas, em 2022. Desde o início da operação na Ucrânia, as autoridades russas têm intensificado a repressão contra dissidentes no país, aplicando multas e impondo penas de prisão.
O caso das artistas russas reflete um contexto de crescente intolerância às vozes críticas na Rússia, onde a liberdade de expressão tem sido cada vez mais cerceada. A condenação de Berkovich e Petriychuk levantou debates sobre os limites da arte e do discurso crítico em um cenário político cada vez mais autoritário.