De acordo com os advogados Paulo Bueno e Daniel Tesser, os presentes eram recebidos pelo Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) da Presidência da República e passavam por um rigoroso processo de catalogação, sem qualquer interferência do presidente. Eles ressaltaram que todos os ex-presidentes anteriores tiveram seus presentes analisados da mesma forma, mas o foco da investigação atual parecia ser exclusivamente o governo Bolsonaro.
Além disso, a defesa informou que as joias foram devolvidas conforme determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) em março do ano passado, como forma de evitar qualquer interpretação equivocada sobre a posse de bens públicos. Mesmo diante da complexidade das normas que regem esse tipo de situação, a defesa argumentou que as joias haviam sido entregues ao poder público enquanto se aguardava uma decisão final sobre sua destinação adequada.
Segundo a Polícia Federal, parte das joias sauditas deixaram o Brasil em uma mala transportada no avião presidencial no dia 30 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro saiu do país para uma viagem aos Estados Unidos no final de seu mandato. Os investigadores também alegaram que não houve movimentações financeiras suspeitas nas contas do ex-presidente, concluindo que ele teria utilizado o dinheiro obtido com a venda das joias para bancar sua estadia nos EUA.
Este novo capítulo na saga envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro amplia as polêmicas em torno de seu governo e traz à tona questões sobre a transparência e legalidade de suas ações durante o mandato. A repercussão dessas acusações continua a gerar discussões e incertezas sobre o legado deixado por Bolsonaro após seu período no cargo mais alto da nação.