Repórter Recife – PE – Brasil

Agentes da Core da Polícia Civil do Rio são absolvidos pela morte de João Pedro em operação na comunidade do Salgueiro.

Três policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil do Rio de Janeiro foram absolvidos da morte do jovem João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, durante uma operação policial na comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, em maio de 2020. Os agentes Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister foram acusados de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe. No entanto, a juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine decidiu absolvê-los sumariamente, alegando legítima defesa.

O adolescente foi atingido por um fragmento de um tiro de fuzil que acertou a pilastra próxima de onde ele estava junto com dois amigos durante a operação policial. A casa onde o jovem estava ficou com mais de 70 marcas de tiros. O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro havia apresentado a denúncia em fevereiro de 2022, levando os agentes a se tornarem réus. No entanto, a decisão da juíza causou surpresa e indignação na família de João Pedro, que esperava que os policiais fossem levados a júri popular.

A mãe do adolescente, Rafaela Santos, expressou sua revolta com a decisão da juíza, afirmando que a justiça falhou ao absolver os agentes envolvidos na morte de seu filho. Ela pretende recorrer da sentença, buscando que os acusados sejam, de fato, levados a julgamento popular. Organizações não governamentais, como a Rio de Paz, também criticaram a decisão e destacaram a impunidade dos assassinos, ressaltando a recorrência de casos de mortes de jovens em operações policiais no Rio de Janeiro.

O caso de João Pedro evidencia a complexidade e sensibilidade que envolvem as ações policiais em comunidades e a necessidade de investigações rigorosas para responsabilizar os agentes envolvidos em violações dos direitos humanos. A luta por justiça e pela punição de responsáveis por crimes como o que vitimou João Pedro Mattos Pinto continua, com a família e organizações da sociedade civil reivindicando por um desfecho justo e coerente diante desse trágico episódio.

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