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Confronto entre partidários de Arce e Morales durante reunião de líderes políticos em La Paz gera tensão e violência

Em meio a um cenário político conturbado na Bolívia, partidários do presidente Luis Arce e do ex-presidente Evo Morales se envolveram em confronto nesta quarta-feira (10), durante uma reunião convocada pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) para discutir as eleições de 2025.

O ex-presidente Morales, que governou o país entre 2006 e 2019, compareceu ao encontro juntamente com outros 11 dirigentes de partidos políticos. O objetivo da reunião era debater as eleições por voto popular de ministros do poder judiciário e definir as primárias para a escolha dos candidatos para o pleito do próximo ano.

Ao chegar ao TSE, Morales foi recebido por uma multidão de simpatizantes, mas a situação se deteriorou quando seguidores do presidente Arce começaram a chegar e os conflitos tiveram início. A situação se agravou rapidamente, com apoiadores dos dois líderes trocando agressões físicas, resultando em pelo menos uma pessoa ferida, conforme relato do vice-ministro de Governo.

Durante o embate, os seguidores de Arce entoavam apoio ao presidente atual, enquanto os partidários de Morales clamavam pelo retorno do ex-presidente ao poder. O Movimento ao Socialismo (MAS), partido liderado pelos dois políticos, acabou dividido, com um bloco apoiando Morales e outro apoiando Arce na disputa pela liderança do partido e pela candidatura nas eleições de 2025.

Além disso, as divergências entre Morales e Arce ficaram evidentes em relação a um incidente militar ocorrido em junho, onde cada um tem uma interpretação distinta dos acontecimentos. Enquanto Arce fala em tentativa de golpe, Morales alega um autogolpe para elevar sua imagem presidencial.

A reunião convocada pelo TSE visa encontrar um acordo para desbloquear as eleições judiciais e as primárias nos partidos, uma vez que o Congresso ainda não conseguiu aprovar uma lei para definir os prazos e procedimentos eleitorais. Os partidos enfrentam dificuldades para cumprir os prazos estabelecidos para a escolha de seus candidatos presidenciais, o que gera incertezas em relação ao processo eleitoral no país.

Em meio a essas tensões, a Bolívia acompanha de perto os desdobramentos políticos que podem impactar a estabilidade e o futuro do país nas próximas eleições. A sociedade boliviana, dividida entre apoiadores de Morales e de Arce, assiste à disputa interna do MAS com apreensão, aguardando os desfechos que definirão os rumos da política nacional.

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