Policiais da Core foram absolvidos pela morte de João Pedro em operação no Salgueiro, juíza alega legítima defesa.

Três policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) da Polícia Civil do Rio de Janeiro foram absolvidos da acusação de homicídio duplamente qualificado pela morte do jovem João Pedro Mattos Pinto. O adolescente de 14 anos foi ferido dentro de uma casa durante uma operação conjunta das Polícias Federal e Civil na comunidade do Salgueiro, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, em maio de 2020.

As investigações apontaram que João Pedro foi atingido nas costas por um fragmento de tiro de fuzil, proveniente de uma pilastra próxima onde ele e seus amigos estavam tentando se proteger. A casa, que pertencia ao tio do jovem, foi alvejada com mais de 70 tiros durante a operação policial.

A juíza Juliana Bessa Ferraz Krykhtine absolveu sumariamente os policiais Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister. A magistrada considerou que não houve materialidade delitiva e que os agentes agiram em legítima defesa, justificando a sua decisão de absolvição.

A mãe de João Pedro, Rafaela Santos, expressou sua indignação com a sentença, afirmando que a justiça está normalizando a violência policial nas comunidades e nas casas de cidadãos de bem. Ela pretende recorrer da decisão e lutar para que os policiais sejam levados a júri popular.

A repercussão do caso nas redes sociais foi grande, com a ONG Rio de Paz criticando a decisão da justiça e destacando a impunidade dos responsáveis pela morte de João Pedro. O caso reabre o debate sobre a violência policial no Rio de Janeiro e a necessidade de se garantir a responsabilização dos agentes envolvidos em ações que resultam em mortes de inocentes.

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