Reitores de institutos federais buscam recomposição orçamentária para garantir alimentação escolar e evitar evasão de estudantes em 2025.

Reitores de institutos federais, Cefets e do Colégio Pedro II estão buscando apoio no Congresso Nacional para garantir uma recomposição orçamentária no Orçamento de 2025 em prol da rede de ensino técnico do país, que abriga cerca de 1,5 milhão de estudantes matriculados. A maioria desses alunos, mais de 85%, provém de famílias de baixa renda, com uma renda mensal de até dois salários mínimos. Além disso, 60% dos estudantes são mulheres e 54% são negros, de acordo com dados da Plataforma Nilo Peçanha, do Ministério da Educação (MEC).

O presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Elias Monteiro, destacou a necessidade de recursos para garantir a permanência dos estudantes nos institutos federais. Uma das prioridades para o próximo ano é a alimentação escolar, com uma demanda de R$ 1,1 bilhão. Monteiro ressaltou a importância de garantir pelo menos uma refeição quente por dia para todos os alunos, visto que estudantes bem alimentados têm um melhor desempenho acadêmico.

Durante a terceira Marcha de Dirigentes dos Institutos Federais por mais Orçamento para a Rede de Ensino, realizada nesta quarta-feira, Elias Monteiro liderou um grupo de 30 reitores em uma série de encontros com parlamentares no Congresso Nacional. O objetivo era pleitear emendas suplementares e evitar cortes no Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) para o ano seguinte.

Os números revelam uma situação crítica para os institutos federais. Em 2015, as 41 instituições vinculadas ao Conif contavam com um orçamento de R$ 3,6 bilhões. No entanto, em 2025, o montante destinado ao custeio das atividades foi reduzido para R$ 2,5 bilhões, mesmo com um aumento significativo no número de matrículas, que passaram de 512 mil para 857 mil alunos.

Os reitores defendem a necessidade de um orçamento de pelo menos R$ 4,7 bilhões para garantir o pleno funcionamento da rede federal no próximo ano. A falta de recursos tem impactado diretamente a qualidade do ensino e tem contribuído para a evasão escolar, principalmente entre os estudantes mais carentes.

Além das solicitações de suplementação orçamentária ao MEC, os dirigentes dos institutos federais esperam contar com o apoio dos parlamentares por meio da destinação de emendas parlamentares, uma prática que vem se intensificando nos últimos anos. Em paralelo, o governo federal anunciou investimentos significativos na infraestrutura das universidades e institutos, sendo um total de R$ 5,5 bilhões do novo PAC, visando melhorar as condições de ensino em todo o país.

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