O presidente do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif), Elias Monteiro, destacou a necessidade de recursos para garantir a permanência dos estudantes nos institutos federais. Uma das prioridades para o próximo ano é a alimentação escolar, com uma demanda de R$ 1,1 bilhão. Monteiro ressaltou a importância de garantir pelo menos uma refeição quente por dia para todos os alunos, visto que estudantes bem alimentados têm um melhor desempenho acadêmico.
Durante a terceira Marcha de Dirigentes dos Institutos Federais por mais Orçamento para a Rede de Ensino, realizada nesta quarta-feira, Elias Monteiro liderou um grupo de 30 reitores em uma série de encontros com parlamentares no Congresso Nacional. O objetivo era pleitear emendas suplementares e evitar cortes no Projeto de Lei Orçamentária (Ploa) para o ano seguinte.
Os números revelam uma situação crítica para os institutos federais. Em 2015, as 41 instituições vinculadas ao Conif contavam com um orçamento de R$ 3,6 bilhões. No entanto, em 2025, o montante destinado ao custeio das atividades foi reduzido para R$ 2,5 bilhões, mesmo com um aumento significativo no número de matrículas, que passaram de 512 mil para 857 mil alunos.
Os reitores defendem a necessidade de um orçamento de pelo menos R$ 4,7 bilhões para garantir o pleno funcionamento da rede federal no próximo ano. A falta de recursos tem impactado diretamente a qualidade do ensino e tem contribuído para a evasão escolar, principalmente entre os estudantes mais carentes.
Além das solicitações de suplementação orçamentária ao MEC, os dirigentes dos institutos federais esperam contar com o apoio dos parlamentares por meio da destinação de emendas parlamentares, uma prática que vem se intensificando nos últimos anos. Em paralelo, o governo federal anunciou investimentos significativos na infraestrutura das universidades e institutos, sendo um total de R$ 5,5 bilhões do novo PAC, visando melhorar as condições de ensino em todo o país.