Os registros oficiais mostram que o nome de Yulia Navalnaya foi adicionado à lista do serviço russo de inteligência financeira, conforme constatado pela AFP nesta quinta-feira (11). A Justiça russa, por sua vez, anunciou na última terça-feira a emissão de um mandado de prisão contra Navalnaya, acusando-a de “participação em grupo extremista”.
Em um ato de extrema arbitrariedade, um tribunal decretou a prisão preventiva da opositora, que está atualmente residindo no exterior. A rápida ação das autoridades russas chamou a atenção nas redes sociais, e X Kira Yarmish, ex-porta-voz de Alexei Navalny e também exilada, ironizou a situação, destacando que a ação era uma resposta direta ao trabalho que Yulia estava realizando.
Yulia Navalnaya assumiu publicamente o legado de seu marido, que era um ardente crítico do presidente Vladimir Putin e que morreu em circunstâncias suspeitas em fevereiro deste ano, enquanto estava detido em uma prisão no Ártico. Desde então, Navalnaya tem usado as redes sociais para denunciar o poder russo e a situação dos opositores no país, encorajando os seguidores de seu marido a manter a esperança.
A repressão na Rússia tem sido intensa nos últimos anos, com a prisão da maioria dos opositores proeminentes e muitos forçados ao exílio. A justiça russa chegou ao extremo de proibir e rotular como “extremistas” as organizações de Navalny em 2021, enquanto vários de seus colaboradores foram condenados a penas de prisão.
Apesar dos riscos envolvidos, Yulia Navalnaya tem se mantido firme em sua posição de resistência, enfrentando as autoridades russas em defesa dos ideais democráticos e da liberdade de expressão. A situação política na Rússia continua tensa, com milhares de cidadãos comuns sendo presos por protestos ou críticas ao governo, ilustrando a crescente e preocupante onda de repressão no país.