CNJ intima magistradas do TJGO a prestarem esclarecimentos sobre negativa de aborto legal a adolescente estuprada em Goiás

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) tomou uma decisão importante nesta sexta-feira (12) ao intimar duas magistradas do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) para prestarem esclarecimentos sobre decisões judiciais que resultaram na negação da interrupção da gravidez de uma adolescente de 13 anos, vítima de estupro. A legislação penal brasileira permite a interrupção da gestação nos casos de gravidez resultante de estupro, desde que realizada por médicos com o consentimento da vítima.

O corregedor-nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, baseou sua decisão em uma matéria jornalística divulgada pelo site Intercept Brasil. Segundo o veículo, o aborto legal foi negado por um hospital de Goiás e em duas decisões judiciais proferidas pela juíza Maria do Socorro de Sousa Afonso e Silva e a desembargadora Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade. A adolescente já está na 28ª semana de gestação, tentando interromper a gravidez desde a 18ª semana.

Para o corregedor, o caso, se comprovado, aponta para uma possível falta funcional com repercussão disciplinar. Em sua decisão, ele determinou a intimação das magistradas para que prestem informações relevantes no prazo de cinco dias.

O Tribunal de Justiça de Goiás, ao ser procurado pela Agência Brasil, preferiu não se manifestar sobre o caso devido ao segredo de Justiça envolvendo as decisões relacionadas à menor. No entanto, informou que todas as providências determinadas pelo CNJ são prontamente cumpridas.

O caso ainda promete gerar debates e discussões sobre a proteção de menores vítimas de estupro e a garantia de acesso aos seus direitos legais, como no caso da interrupção da gravidez em situações extremas. A atuação do CNJ, nesse sentido, demonstra a importância da fiscalização e do cumprimento da lei por parte dos órgãos judiciais.

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